Por quê tanto Clichê em nossas Letras?

Uma das palavras que vocês mais devem ter lido nesse blog é "Clichê". Significado: no sentido figurado é uma ideia já muito batida, uma fórmula muito repetida de falar ou escrever, um chavão.

Desde que conheço música, sei que as expressões sempre são muito repetidas, e isso é normal. Eu te amo, não tenho palavras, Receba vitória, tem benção chegando, enfim. São muitas as frases que se repetem nas canções. 

Quando Anderson Freire foi revelado como compositor, todas as canções de trabalho dos cantores e cantoras era de autoria dele. E não é pra menos, suas composições não tem nada de clichê. Os álbuns vinham cheios, três a quatro canções do Anderson em média por CD. Isso foi acabando aos poucos e essa média hoje é de no máximo 2 canções. Mas porquê essa queda. Não vi a qualidade das canções caírem. Mas não tô aqui pra de novo falar do Anderson Freire e nem da falta que suas composições tem feito nos álbuns.

Em 2014 grandes compositores marcaram os álbuns. Destaques para Pr. Lucas, Gyslaine e Mylena, Júnior Maciel e Josias Teixeira, enfim, mas por quê será quem em meio a tantos compositores de estilos diferentes, as canções são tão repetitivas.

No álbum Como Águia da Bruna Karla, por exemplo, a única canção que foge do comum é Como Águia, no mais tudo é muito repetitivo. (Toca-me Pai, Cicatrizes e Em Meio as Lutas ainda conseguem passar a mesma mensagem de uma maneira diferente, mas no mais, tudo é muito clichê, como Bem-Aventurado que é clichê até na batida).

Um outro CD cheio de Chavões é  Romper Meus Limites, da dupla Gislaine e Mylena. Um dos melhores álbuns do ano mas que se deixou ser guiado pelo excesso de frases repetitivas, principalmente das canções sertanejas. Espera é clássica.

No CD da Jozyanne também tivemos alguns exemplos. Na canção de trabalho "Ao Som do Teu Louvor" tivemos um "Então Louve", "Prisões irão cair por terra", enfim, muitas outras músicas tem esse defeito como Sobreviver, usando o seu famoso "Receba". Repito, isso não tirou a qualidade do CD.

Gente, não estou aqui pra acabar com ministério de ninguém, mas é notório que os cantores precisam rever seus conceitos no momento da escolha de repertório. Senão vamos continuar ouvindo a mesma música até a consumação dos séculos. O pior é que esse clichês se repetem quase no álbum todo.

Temos exemplos contrários. O álbum "É Só Adorar" por exemplo tem sim alguns chavões, mas em menor quantidade. No CD "Dimensões da Adoração" também temos repetições chatas mas em pouquíssima quantidade.

Se observarmos alguns cantores e cantoras veremos em seus álbuns, ainda que lançados a algum tempo, tem letras completamente profundas mas que não ficam repetindo a mesma coisa. Fernanda Brum, com seu CD Liberta-me, por exemplo. Na verdade Fernanda Brum tem que ser usada como base para muitos CDs atuais, claro, não levando em consideração o estilo. Daniela Araújo em seu álbum Criador do Mundo também nos mostra o que são letras profundas e inéditas ao mesmo tempo. Paulo César Baruk nem se fala. Arianne também é um bom exemplo. Jairo Bonfim, que canta um Black meio "pentecostalizado".

Quem vê meus exemplos acima logo pensam: Esse cara não ouve pentecostal. Na verdade ouço e muito. Mais que outros estilos. A canção Santificação, por exemplo, é sinal de que ainda dá pra fazer canções "atualizadas", e sem perder o foco, que eu acredito ser o medo dos nossos compositores. A canção "Paulo e Silas" da Flordelis remete uma criatividade imensa na composição. "Se eu Não Conseguir Falar", também é exemplo de canção inovadora.

No estilo adoração, o Ministério Sarando a Terra Ferida, lançou uma grande canção que pode virar febre. Além de linda, a música fala muito no nosso coração e toca nosso ser. Franciele Santos, que me deixou com medo, tá cumprindo bem seu papel no Ministério, que pra mim, desde sempre, é um dos que melhor representa a adoração no Brasil. E isso porquê no Estilo adoração os clichês são quase que regra. Sempre ouvimos a mesma coisa.

Cassiane, Wilian Nascimento, Rozeane Ribeiro, Lauriete, Beatriz e outros cantores pentecostais já anunciaram lançamento e desde já a preocupação toma conta. Será que vamos continuar ouvindo "raízes" em nosso CD's, principalmente adoração e pentecostal? Oremos.

6 comentários:

  1. Sim concordo.. mas não acho que as canções se empobrecem... Acho que os cantores escolhem repertório pensando em letras que tem possibilidade de hitar.. letras clichês passam a mensagem principal mais facilmente..

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  2. Passam com mais facilidade mas não há novidade no conteúdo (mensagem) e aí que entra o problema a vontade de "hitar' invés de tocar vidas e alcançá-las.

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  3. O problema é que as pessoas não querem saber de novidade. Fernanda Brum, que foi citada, sempre canta canções originais e diferentes dos demais cantores, mas não faz tanto sucesso. O cd Liberta-me é cheio de lindas músicas fora do lugar comum, e não foi aquele sucesso, ao contrário, foi criticado justamente por ser diferente! As pessoas querem a mesmice de sempre, e não aceitam o diferente. Só isso.

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    1. Concordo plenamente com vc! Os cds da Brum sempre tem novidade(Temas variados)o que eu mais gosto é o CD GLÓRIA que fala da Glória de Deus.

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    2. Brum faz diferente e ainda vende.Ela não se preocupa em "hitar".Por essas e outras é minha cantora favorita.

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    3. Sou uma grande admiradora do ministério da Brum,mas o cd Liberta-me para mim foi o q menos gostei da sua carreiratrouxe belíssimas canções sim,porém tmb trouxe os cliches,como duas canções com a palavra poderoso:todo poderoso e forte e poderoso,nada pod.me separar,o própio liberta-me dentre outras.
      Todos os outros cds fora esse são exemplos de ótimos cd's.

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